«Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar…
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre»
Albano de Melo Matos
27 de julho de 1955 - 18 de fevereiro de 2015
Naturalidade: Castelo Branco
Pai: Manuel de Matos
Mãe: Esperança Bernarda de Melo
Residência: Oeiras
Celebração: 21-Fev-2015 - 10.00
Funeral: 21-Fev-2015 - 11.00
Cemitério: Oeiras
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Encomendar Flores
Albano de Melo Matos
27 de julho de 1955 - 18 de fevereiro de 2015
Naturalidade: Castelo Branco
Pai: Manuel de Matos
Mãe: Esperança Bernarda de Melo
Residência: Oeiras
Celebração: 21-Fev-2015 - 10.00
Funeral: 21-Fev-2015 - 11.00
Cemitério: Oeiras
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- Até Sempre on Fevereiro 20, 2015 at 11:30 pm
- Adriana Rosada on Fevereiro 20, 2015 at 11:31 pm
Que ha sua Alma descansa em Paz
- Pedro Henriques on Fevereiro 20, 2015 at 11:32 pm
Paz à sua alma!
- Diário de Noticias on Fevereiro 20, 2015 at 11:33 pm
jornalista Albano Matos morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 59 anos. Foi jornalista do DN durante 26 anos. \”Era um jornalista com uma grande bagagem cultural e prova disso é ter trabalhado e ter escrito em secções tão diferentes como Desporto, Internacional e Artes, dando-nos sempre textos de grande qualidade\”, lembra a chefe de redação do DN, Graça Henriques. - Juvelina Vieira on Fevereiro 20, 2015 at 11:34 pm
paz a sua alma
- Helena Gregório on Fevereiro 20, 2015 at 11:35 pm
Paz à sua alma
- Basílio de Antioquia on Fevereiro 20, 2015 at 11:36 pm
gostava muito da escrita deste homem. Que descansa em paz!
- Ana Cristina on Fevereiro 20, 2015 at 11:37 pm
Ramalhete Descanse em paz
- Jorge Cosme on Fevereiro 20, 2015 at 11:38 pm
Os meus pesames .
- Abe Cardoso on Fevereiro 21, 2015 at 11:39 pm
Foi com tristeza que li a noticia do falecimento do Albano. As minhas condolências a toda a familia. \”Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós…\” Um abraco apertado.
- Filipe Mateus Pedro on Fevereiro 21, 2015 at 11:40 pm
Pelas memórias partilhadas, um abraço sentido e amigo para toda a família Matos. Ao ver a Subcave, em 1997, o Albano deu-me alento e força para seguir o meu percurso, no meio das incertezas. Sem dúvida uma inspiração, uma pessoa com uma enorme cultura e um grande profissional.
- Pedro Salvado on Fevereiro 21, 2015 at 11:41 pm
RIP. Forte abraço a toda a Família..
- João Costa on Fevereiro 23, 2015 at 11:42 pm
Descansa em paz
- Cristina Azevedo on Fevereiro 25, 2015 at 11:43 pm
Descansa em paz. Condolências à familia
- Rui Pedro on Fevereiro 25, 2015 at 11:44 pm
Parabéns pelo profissional que foste. Até um dia
- Antonio Melo Matos on Fevereiro 25, 2015 at 11:45 pm
Vou agora, querido mano, Albano, a missa de setimo dia, na Capela das Merces. Tenho tantas saudades tuas, Albanito! Ficou tanto por dizer. Desculpa, querido mano. Um dia vamos todos reencontrar-nos, tu, a nossa mae, o nosso pai, eu, todos, toda a familua. Beijinhos, mano. Ate sempre!
- José de Melo on Fevereiro 27, 2015 at 11:46 pm
Albano deixaste a tua marca junto dos que tiveram a felicidade de te conhecer. Descansa em paz
- José Freitas on Fevereiro 27, 2015 at 11:47 pm
Já temos saudades tuas… Condolências à familia
- Isabel Risques on Fevereiro 27, 2015 at 11:48 pm
Um beijo grande de condolências, António. Fico sem palavras. 🙁
- Manuel da Mata on Fevereiro 27, 2015 at 11:49 pm
Foste sempre um poeta. Nunca te vi de outro modo. Disseste versos meus como só tu sabias dizer. Fiquei sem palavras. De há vários meses a esta parte que ando seco como as palhas. Hei-de regressar e escrever um poema para ti. Está prometido.
- Cristina Lemos on Fevereiro 27, 2015 at 11:50 pm
Os meus sentimentos a familia
- Maria Da Gloria Servio on Fevereiro 27, 2015 at 11:51 pm
Srntimentos à familia
- Ricardo Santos on Fevereiro 27, 2015 at 11:52 pm
Sentimentos à família
- Vitor Sequeira Martins on Fevereiro 27, 2015 at 11:53 pm
Até sempre, Albano MatosO meu dia hoje tem sido de choro. Intenso. Tenho lido o que os meus camaradas têm escrito sobre o Albano de Matos e por cada linha passada tenho de limpar as lágrimas, os óculos, o nariz, porque a emoção assim o obriga. Leio o Eurico e não me contenho, leio o Madaíl e fico desfeito, leio a Lília e depois o Belard e a «torneira» abre-se sem controlo. E isto por quê? Porque o Albano era uma daquelas pessoas de quem «apenas» e sempre só se gosta. O Albano, para além do profissional culto e competente não tinha anticorpos. Era consensual. Toda a gente gostava do camarada de voz de trovão, sportinguista convicto e apaixonado, cultíssimo e sempre solidário. Cultor de Hemingway – lembras-te das vezes em que falávamos das largadas de San Firmin e dos feridos, pisados pelos touros e vacas, e que eram quase sempre norte-americanos? – e fascinado por Pepe Carvalho, o detective galego, personagem literária criada pelo jornalista/escritor Miguel Vasquez Montalbán.
Um dia, em 1997, Albano Matos e Vítor Sequeira Martins, conseguiram entrevistar João Vale e Azevedo, que tinha acabado de ser empossado presidente do Benfica. Durante horas repartimos funções a ouvir e inquirir o obscuro e controverso homem do momento: Albano ocupou-se da parte «política» – problemas jurídicos, polémicas com uma quinta, Antas da Cunha, etc. – e eu dos assuntos desportivos. No final resultou uma entrevista asseada, apelativa, estendida em várias páginas, tema de capa do DN de sábado, tornando-se assunto de abertura de telejornais desse fim-de-semana e de falatório de praticamente a semana toda a seguir. O DN, dirigido pelo nosso saudoso Mário Bettencout Resendes, reconheceu o valor do trabalho e honrou-nos com o prémio trimestral, no valor de 100 contos (cada) – 500 euros actuais – uma pipa de massa. Hoje fui à estante, tirei a placa da distinção atribuída a ambos e tenho passado horas a recordar o camarada que nunca mais verei, mas que estará para sempre junto a mim. Bem hajas Albano Matos; estejas onde estiveres serás sempre lembrado com saudade e carinho. Um beijo à Helena Santareno. - Ana Isabel Pena on Fevereiro 27, 2015 at 11:54 pm
Até Sempre Albano Matos
- ceu cardoso martins on Fevereiro 27, 2015 at 11:56 pm
sentimentoa ´`familia
- Fernanda Câncio on Fevereiro 27, 2015 at 11:56 pm
Albano Matos (1955-2015): um dos últimosÓbito. “O grande Albano.” Não são muitas as pessoas de quem se diz isto naturalmente. Elegia breve onde ele não cabe.
Como explicar o Albano a quem nunca o viu, nunca o conheceu, nunca lhe ouviu a voz inconfundível em baixo poderoso, tão grave e possante que se ouvia sempre, de qualquer lado da redação (e é comprida, a redação do DN), quando a erguia para um remoque, uma ironia, uma crítica, um enfrentamento, uma defesa (e como ele enfrentava, como ele criticava, como ele defendia). Como descrever as sobrancelhas desalinhadas de gigante bom, o cigarro sempre nos dedos no tempo em que ainda se fumava nas redações, cinza na secretária e talvez no pullover, pescoço curvado de quem passa o dia ao computador e antes o passou à máquina de escrever e desde sempre, leitor incansável e minucioso, o debruçou sobre livros. Como contar o riso e o modo de o reprimir de lábios franzidos e olhos de lado, à miúdo traquina na sala de aula, cúmplice e cáustico. Como defini-lo.
Albano Matos, 59 anos, escritor. Ou o último dos duros. É assim que a amiga desde a adolescência e militância no MRPP pré-25 de abril Ana Martins Cruz, 58 anos, também jornalista que trabalhou para o Albano editor de Cultura do DN, lhe prefigura a lápide. “O que quero dizer com “o último dos duros”? Que resistiu até ao fim. Sempre foi jornalista mesmo como editor. Foi sempre Albano Matos, escritor, writer, como dizem os americanos – é aquilo que somos. Com as adversidades todas resistiu sempre dignamente. Era uma coisa que estava dentro dele, era assim desde os 15 ou 16 anos.”
Nascido em Castelo Branco a 27 de julho de 1955, já era do reviralho ao terminar o liceu. O conterrâneo Afonso Camões, hoje diretor do JN, lembra-se dele maoista, a distribuir panfletos do MRPP e a tratar de sociais-fascistas “tudo o resto”. Ana Martins da Cruz confirma: “Era linha dura. Conheci-o em casa do João Carreira Bom [jornalista também já desaparecido], quando ele veio para Lisboa estudar Direito, em 1973. Assumiu um cargo importante no cineclube universitário, sempre gostou muito de cinema, e já escrevia.” Começara no suplemento juvenil do jornal regional Reconquista com 15 anos, colaborou depois na revista oposicionista O Tempo e o Modo e fez parte do jornal lisboeta Actualidades antes de entrar no semanário O Tempo, de Nuno Rocha (onde seria colega de um muito jovem Paulo Portas), por concurso: em 80 candidatos, um dos quais o seu irmão cinco anos mais velho e também jornalista, António Manuel Melo Matos, que não passou, foram dois os escolhidos.
Muito próximo de Saldanha Sanches, o “camarada Miguel” (nome da clandestinidade no MRPP) saiu do partido quando aquele foi expulso, naquilo que ficou conhecido como a guerra “entre a linha vermelha e a linha negra”. Ficou-lhe, acha Ana, um pouco da “linha trauliteira. Era muito frontal em quase tudo, às vezes até de mais”. Bruto, um pouco, o Albano. Aliás, bastava erguer-se, grande e alto, os olhos escuros às vezes eivados de desprezo. Mais o vozeirão. Um pouco espanhol, talvez, ele que adorava Espanha. A música, a escrita, os touros (escreveu durante anos crónicas tauromáquicas), o sangue quente. “Vivia as coisas de uma maneira muito emocional, mas contido ao mesmo tempo” – é ainda Ana a falar. E corajoso, muito. Como se deve ser: para cima, jamais ou raramente para baixo. Feliciana Ferreira, 75 anos, outra ex-jornalista do DN que o conheceu desde o início dos anos 80, quando ambos escreviam no semanário de espetáculos Êxito e que ao passar para a então revista de domingo DN Magazine, em 1986, o convidou para colaborar, sublinha isso. “Era um representante de um certo jornalismo que está a acabar, com uma cultura vastíssima, de conhecimento sólido e sedimentado, com uma prosa absolutamente notável. Mas acima de tudo um homem bom. Muito solidário, muito amigo. Corporizava o velho termo camarada, usado nos jornais. E só gritava para cima.” José David Lopes, outro ex-jornalista do DN, confirma. “Tinha um feitio difícil, era muito teimoso, de convicções. Um pouco intolerante com a ignorância, com uma certa arrogância, desculpável porque fundamentada. Entrava facilmente em conflito com o diretor da altura [Bettencourt Resendes]. Era bastante irónico, mas nunca o vi descarregar para cima de alguém qualquer erro que tivesse sido cometido pela sua secção. Dizia: “Eu é que sou o editor, a responsabilidade é minha”.” Eurico de Barros, outro ex do DN que começou por trabalhar como jornalista na secção de Cultura sob Albano, em 1992, e depois passou a editor da mesma quando ele foi para editor do Internacional, homem assumidamente de direita que frisa ter-se sempre dado bem com o esquerdista Albano (com quem partilhava o ódio de estimação por Saramago), exemplifica. “Uma redatora escreveu uma notícia demasiado opinativa sobre Santana Lopes, indefensável, mas ele, onde outros a teriam deixado à sua sorte, assumiu a responsabilidade e foi destituído. Mandaram-no fazer uma travessia do deserto no Roteiro, uma revistinha que saía à sexta.”
A “guerra boa” que, diz Ana Martins da Cruz, o jornalismo sempre foi para ele acabou em outubro, quando o contrato com o DN foi terminado no contexto de um despedimento coletivo. “À sua maneira foi um daqueles heróis da guerra de Espanha, que dava o peito às balas – viveu assim a vida.” E agora, seria o quê, a vida deste homem que oferecia T.S. Elliot nos aniversários e enquanto jornalista do Tempo, conta o ex-colega Fernando Sousa, desaparecia dias e dias para ser “encontrado em casa por um enviado do chefe de redação com uma pilha de livros lidos à direita, outra por ler à esquerda, e explicar: “Ó chefe, estava a ler, qual é o mal?””, que gostava que “os gregos tivessem sorte” e, aficionado da série dinamarquesa Borgen, se perguntava como sobreviver depois do seu fim? Ana suspira. “Tinha esperança que ele escrevesse os livros que não escreveu a vida toda. Mas o jornalismo também matou isso da escrita.”Jornalismo, vício incurável, mortal: onde está a obra de Albano, para quem a quiser relembrar? Procurar na net e encontrar, ironia, um obituário. De um espanhol, e vermelho – “rojo” – e dos jornais, Haro Tecglen, desaparecido a 19 de outubro de 2005. Deslumbrante, exato, elegante, volteante – uma chicuelina: “E tão rojo irrecuperável ficou até ao fim que não houve velórios nem funerais nem desfile de personalidades atestando a sua integridade. Nem testemunhas no crematório, porque Haro Tecglen doou o corpo à ciência. De certa maneira, para que atuais e futuros estudantes de Medicina estudem bem a raridade do cérebro de um rojo, o último rojo de Espanha.” De certa maneira, o Albano.
- Antonio Melo Matos on Março 19, 2015 at 11:57 pm
MISSA DE 30 DIA
Nesta sexta-feira, dia 20 de Marco de 2015, efectua-se uma missa de 30 dia do falecimento de meu irmao, Albano de Melo Matos.
A celebracao ocorre na Igreja-Salao Paroquial das Merces (concelho de Sintra), a partir das 18 horas.
Agradece-se, desde ja, a todos quantos possam participar neste acto e/ou lembrar neste dia o ser humano bom que nos deixou tao cedo, com 59 anos de idade. Agradece-se tambem a todos os familiares e amigos que pelas diversas formas tem mostrado solidariedade e pesar pelo falecimento do Albano, em 18 de Fevereiro de 2015. Muito obrigado. - João on Março 20, 2015 at 11:58 pm
Muita força António. O Albano deixou saudades
- Anonimo on Agosto 12, 2016 at 11:59 pm
Os meus sinceros e sentidos pesames . O ceu esta em gloria .
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- Até Sempre on Fevereiro 20, 2015 at 11:30 pm
«Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar…
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre» - Adriana Rosada on Fevereiro 20, 2015 at 11:31 pm
Que ha sua Alma descansa em Paz
- Pedro Henriques on Fevereiro 20, 2015 at 11:32 pm
Paz à sua alma!
- Diário de Noticias on Fevereiro 20, 2015 at 11:33 pm
jornalista Albano Matos morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 59 anos. Foi jornalista do DN durante 26 anos. \”Era um jornalista com uma grande bagagem cultural e prova disso é ter trabalhado e ter escrito em secções tão diferentes como Desporto, Internacional e Artes, dando-nos sempre textos de grande qualidade\”, lembra a chefe de redação do DN, Graça Henriques. - Juvelina Vieira on Fevereiro 20, 2015 at 11:34 pm
paz a sua alma
- Helena Gregório on Fevereiro 20, 2015 at 11:35 pm
Paz à sua alma
- Basílio de Antioquia on Fevereiro 20, 2015 at 11:36 pm
gostava muito da escrita deste homem. Que descansa em paz!
- Ana Cristina on Fevereiro 20, 2015 at 11:37 pm
Ramalhete Descanse em paz
- Jorge Cosme on Fevereiro 20, 2015 at 11:38 pm
Os meus pesames .
- Abe Cardoso on Fevereiro 21, 2015 at 11:39 pm
Foi com tristeza que li a noticia do falecimento do Albano. As minhas condolências a toda a familia. \”Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós…\” Um abraco apertado.
- Filipe Mateus Pedro on Fevereiro 21, 2015 at 11:40 pm
Pelas memórias partilhadas, um abraço sentido e amigo para toda a família Matos. Ao ver a Subcave, em 1997, o Albano deu-me alento e força para seguir o meu percurso, no meio das incertezas. Sem dúvida uma inspiração, uma pessoa com uma enorme cultura e um grande profissional.
- Pedro Salvado on Fevereiro 21, 2015 at 11:41 pm
RIP. Forte abraço a toda a Família..
- João Costa on Fevereiro 23, 2015 at 11:42 pm
Descansa em paz
- Cristina Azevedo on Fevereiro 25, 2015 at 11:43 pm
Descansa em paz. Condolências à familia
- Rui Pedro on Fevereiro 25, 2015 at 11:44 pm
Parabéns pelo profissional que foste. Até um dia
- Antonio Melo Matos on Fevereiro 25, 2015 at 11:45 pm
Vou agora, querido mano, Albano, a missa de setimo dia, na Capela das Merces. Tenho tantas saudades tuas, Albanito! Ficou tanto por dizer. Desculpa, querido mano. Um dia vamos todos reencontrar-nos, tu, a nossa mae, o nosso pai, eu, todos, toda a familua. Beijinhos, mano. Ate sempre!
- José de Melo on Fevereiro 27, 2015 at 11:46 pm
Albano deixaste a tua marca junto dos que tiveram a felicidade de te conhecer. Descansa em paz
- José Freitas on Fevereiro 27, 2015 at 11:47 pm
Já temos saudades tuas… Condolências à familia
- Isabel Risques on Fevereiro 27, 2015 at 11:48 pm
Um beijo grande de condolências, António. Fico sem palavras. 🙁
- Manuel da Mata on Fevereiro 27, 2015 at 11:49 pm
Foste sempre um poeta. Nunca te vi de outro modo. Disseste versos meus como só tu sabias dizer. Fiquei sem palavras. De há vários meses a esta parte que ando seco como as palhas. Hei-de regressar e escrever um poema para ti. Está prometido.
- Cristina Lemos on Fevereiro 27, 2015 at 11:50 pm
Os meus sentimentos a familia
- Maria Da Gloria Servio on Fevereiro 27, 2015 at 11:51 pm
Srntimentos à familia
- Ricardo Santos on Fevereiro 27, 2015 at 11:52 pm
Sentimentos à família
- Vitor Sequeira Martins on Fevereiro 27, 2015 at 11:53 pm
Até sempre, Albano MatosO meu dia hoje tem sido de choro. Intenso. Tenho lido o que os meus camaradas têm escrito sobre o Albano de Matos e por cada linha passada tenho de limpar as lágrimas, os óculos, o nariz, porque a emoção assim o obriga. Leio o Eurico e não me contenho, leio o Madaíl e fico desfeito, leio a Lília e depois o Belard e a «torneira» abre-se sem controlo. E isto por quê? Porque o Albano era uma daquelas pessoas de quem «apenas» e sempre só se gosta. O Albano, para além do profissional culto e competente não tinha anticorpos. Era consensual. Toda a gente gostava do camarada de voz de trovão, sportinguista convicto e apaixonado, cultíssimo e sempre solidário. Cultor de Hemingway – lembras-te das vezes em que falávamos das largadas de San Firmin e dos feridos, pisados pelos touros e vacas, e que eram quase sempre norte-americanos? – e fascinado por Pepe Carvalho, o detective galego, personagem literária criada pelo jornalista/escritor Miguel Vasquez Montalbán.
Um dia, em 1997, Albano Matos e Vítor Sequeira Martins, conseguiram entrevistar João Vale e Azevedo, que tinha acabado de ser empossado presidente do Benfica. Durante horas repartimos funções a ouvir e inquirir o obscuro e controverso homem do momento: Albano ocupou-se da parte «política» – problemas jurídicos, polémicas com uma quinta, Antas da Cunha, etc. – e eu dos assuntos desportivos. No final resultou uma entrevista asseada, apelativa, estendida em várias páginas, tema de capa do DN de sábado, tornando-se assunto de abertura de telejornais desse fim-de-semana e de falatório de praticamente a semana toda a seguir. O DN, dirigido pelo nosso saudoso Mário Bettencout Resendes, reconheceu o valor do trabalho e honrou-nos com o prémio trimestral, no valor de 100 contos (cada) – 500 euros actuais – uma pipa de massa. Hoje fui à estante, tirei a placa da distinção atribuída a ambos e tenho passado horas a recordar o camarada que nunca mais verei, mas que estará para sempre junto a mim. Bem hajas Albano Matos; estejas onde estiveres serás sempre lembrado com saudade e carinho. Um beijo à Helena Santareno. - Ana Isabel Pena on Fevereiro 27, 2015 at 11:54 pm
Até Sempre Albano Matos
- ceu cardoso martins on Fevereiro 27, 2015 at 11:56 pm
sentimentoa ´`familia
- Fernanda Câncio on Fevereiro 27, 2015 at 11:56 pm
Albano Matos (1955-2015): um dos últimosÓbito. “O grande Albano.” Não são muitas as pessoas de quem se diz isto naturalmente. Elegia breve onde ele não cabe.
Como explicar o Albano a quem nunca o viu, nunca o conheceu, nunca lhe ouviu a voz inconfundível em baixo poderoso, tão grave e possante que se ouvia sempre, de qualquer lado da redação (e é comprida, a redação do DN), quando a erguia para um remoque, uma ironia, uma crítica, um enfrentamento, uma defesa (e como ele enfrentava, como ele criticava, como ele defendia). Como descrever as sobrancelhas desalinhadas de gigante bom, o cigarro sempre nos dedos no tempo em que ainda se fumava nas redações, cinza na secretária e talvez no pullover, pescoço curvado de quem passa o dia ao computador e antes o passou à máquina de escrever e desde sempre, leitor incansável e minucioso, o debruçou sobre livros. Como contar o riso e o modo de o reprimir de lábios franzidos e olhos de lado, à miúdo traquina na sala de aula, cúmplice e cáustico. Como defini-lo.
Albano Matos, 59 anos, escritor. Ou o último dos duros. É assim que a amiga desde a adolescência e militância no MRPP pré-25 de abril Ana Martins Cruz, 58 anos, também jornalista que trabalhou para o Albano editor de Cultura do DN, lhe prefigura a lápide. “O que quero dizer com “o último dos duros”? Que resistiu até ao fim. Sempre foi jornalista mesmo como editor. Foi sempre Albano Matos, escritor, writer, como dizem os americanos – é aquilo que somos. Com as adversidades todas resistiu sempre dignamente. Era uma coisa que estava dentro dele, era assim desde os 15 ou 16 anos.”
Nascido em Castelo Branco a 27 de julho de 1955, já era do reviralho ao terminar o liceu. O conterrâneo Afonso Camões, hoje diretor do JN, lembra-se dele maoista, a distribuir panfletos do MRPP e a tratar de sociais-fascistas “tudo o resto”. Ana Martins da Cruz confirma: “Era linha dura. Conheci-o em casa do João Carreira Bom [jornalista também já desaparecido], quando ele veio para Lisboa estudar Direito, em 1973. Assumiu um cargo importante no cineclube universitário, sempre gostou muito de cinema, e já escrevia.” Começara no suplemento juvenil do jornal regional Reconquista com 15 anos, colaborou depois na revista oposicionista O Tempo e o Modo e fez parte do jornal lisboeta Actualidades antes de entrar no semanário O Tempo, de Nuno Rocha (onde seria colega de um muito jovem Paulo Portas), por concurso: em 80 candidatos, um dos quais o seu irmão cinco anos mais velho e também jornalista, António Manuel Melo Matos, que não passou, foram dois os escolhidos.
Muito próximo de Saldanha Sanches, o “camarada Miguel” (nome da clandestinidade no MRPP) saiu do partido quando aquele foi expulso, naquilo que ficou conhecido como a guerra “entre a linha vermelha e a linha negra”. Ficou-lhe, acha Ana, um pouco da “linha trauliteira. Era muito frontal em quase tudo, às vezes até de mais”. Bruto, um pouco, o Albano. Aliás, bastava erguer-se, grande e alto, os olhos escuros às vezes eivados de desprezo. Mais o vozeirão. Um pouco espanhol, talvez, ele que adorava Espanha. A música, a escrita, os touros (escreveu durante anos crónicas tauromáquicas), o sangue quente. “Vivia as coisas de uma maneira muito emocional, mas contido ao mesmo tempo” – é ainda Ana a falar. E corajoso, muito. Como se deve ser: para cima, jamais ou raramente para baixo. Feliciana Ferreira, 75 anos, outra ex-jornalista do DN que o conheceu desde o início dos anos 80, quando ambos escreviam no semanário de espetáculos Êxito e que ao passar para a então revista de domingo DN Magazine, em 1986, o convidou para colaborar, sublinha isso. “Era um representante de um certo jornalismo que está a acabar, com uma cultura vastíssima, de conhecimento sólido e sedimentado, com uma prosa absolutamente notável. Mas acima de tudo um homem bom. Muito solidário, muito amigo. Corporizava o velho termo camarada, usado nos jornais. E só gritava para cima.” José David Lopes, outro ex-jornalista do DN, confirma. “Tinha um feitio difícil, era muito teimoso, de convicções. Um pouco intolerante com a ignorância, com uma certa arrogância, desculpável porque fundamentada. Entrava facilmente em conflito com o diretor da altura [Bettencourt Resendes]. Era bastante irónico, mas nunca o vi descarregar para cima de alguém qualquer erro que tivesse sido cometido pela sua secção. Dizia: “Eu é que sou o editor, a responsabilidade é minha”.” Eurico de Barros, outro ex do DN que começou por trabalhar como jornalista na secção de Cultura sob Albano, em 1992, e depois passou a editor da mesma quando ele foi para editor do Internacional, homem assumidamente de direita que frisa ter-se sempre dado bem com o esquerdista Albano (com quem partilhava o ódio de estimação por Saramago), exemplifica. “Uma redatora escreveu uma notícia demasiado opinativa sobre Santana Lopes, indefensável, mas ele, onde outros a teriam deixado à sua sorte, assumiu a responsabilidade e foi destituído. Mandaram-no fazer uma travessia do deserto no Roteiro, uma revistinha que saía à sexta.”
A “guerra boa” que, diz Ana Martins da Cruz, o jornalismo sempre foi para ele acabou em outubro, quando o contrato com o DN foi terminado no contexto de um despedimento coletivo. “À sua maneira foi um daqueles heróis da guerra de Espanha, que dava o peito às balas – viveu assim a vida.” E agora, seria o quê, a vida deste homem que oferecia T.S. Elliot nos aniversários e enquanto jornalista do Tempo, conta o ex-colega Fernando Sousa, desaparecia dias e dias para ser “encontrado em casa por um enviado do chefe de redação com uma pilha de livros lidos à direita, outra por ler à esquerda, e explicar: “Ó chefe, estava a ler, qual é o mal?””, que gostava que “os gregos tivessem sorte” e, aficionado da série dinamarquesa Borgen, se perguntava como sobreviver depois do seu fim? Ana suspira. “Tinha esperança que ele escrevesse os livros que não escreveu a vida toda. Mas o jornalismo também matou isso da escrita.”Jornalismo, vício incurável, mortal: onde está a obra de Albano, para quem a quiser relembrar? Procurar na net e encontrar, ironia, um obituário. De um espanhol, e vermelho – “rojo” – e dos jornais, Haro Tecglen, desaparecido a 19 de outubro de 2005. Deslumbrante, exato, elegante, volteante – uma chicuelina: “E tão rojo irrecuperável ficou até ao fim que não houve velórios nem funerais nem desfile de personalidades atestando a sua integridade. Nem testemunhas no crematório, porque Haro Tecglen doou o corpo à ciência. De certa maneira, para que atuais e futuros estudantes de Medicina estudem bem a raridade do cérebro de um rojo, o último rojo de Espanha.” De certa maneira, o Albano.
- Antonio Melo Matos on Março 19, 2015 at 11:57 pm
MISSA DE 30 DIA
Nesta sexta-feira, dia 20 de Marco de 2015, efectua-se uma missa de 30 dia do falecimento de meu irmao, Albano de Melo Matos.
A celebracao ocorre na Igreja-Salao Paroquial das Merces (concelho de Sintra), a partir das 18 horas.
Agradece-se, desde ja, a todos quantos possam participar neste acto e/ou lembrar neste dia o ser humano bom que nos deixou tao cedo, com 59 anos de idade. Agradece-se tambem a todos os familiares e amigos que pelas diversas formas tem mostrado solidariedade e pesar pelo falecimento do Albano, em 18 de Fevereiro de 2015. Muito obrigado. - João on Março 20, 2015 at 11:58 pm
Muita força António. O Albano deixou saudades
- Anonimo on Agosto 12, 2016 at 11:59 pm
Os meus sinceros e sentidos pesames . O ceu esta em gloria .
«Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar…
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre»
Que ha sua Alma descansa em Paz
Paz à sua alma!
jornalista Albano Matos morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 59 anos. Foi jornalista do DN durante 26 anos. \”Era um jornalista com uma grande bagagem cultural e prova disso é ter trabalhado e ter escrito em secções tão diferentes como Desporto, Internacional e Artes, dando-nos sempre textos de grande qualidade\”, lembra a chefe de redação do DN, Graça Henriques.
paz a sua alma
Paz à sua alma
gostava muito da escrita deste homem. Que descansa em paz!
Ramalhete Descanse em paz
Os meus pesames .
Foi com tristeza que li a noticia do falecimento do Albano. As minhas condolências a toda a familia. \”Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós…\” Um abraco apertado.
Pelas memórias partilhadas, um abraço sentido e amigo para toda a família Matos. Ao ver a Subcave, em 1997, o Albano deu-me alento e força para seguir o meu percurso, no meio das incertezas. Sem dúvida uma inspiração, uma pessoa com uma enorme cultura e um grande profissional.
RIP. Forte abraço a toda a Família..
Descansa em paz
Descansa em paz. Condolências à familia
Parabéns pelo profissional que foste. Até um dia
Vou agora, querido mano, Albano, a missa de setimo dia, na Capela das Merces. Tenho tantas saudades tuas, Albanito! Ficou tanto por dizer. Desculpa, querido mano. Um dia vamos todos reencontrar-nos, tu, a nossa mae, o nosso pai, eu, todos, toda a familua. Beijinhos, mano. Ate sempre!
Albano deixaste a tua marca junto dos que tiveram a felicidade de te conhecer. Descansa em paz
Já temos saudades tuas… Condolências à familia
Um beijo grande de condolências, António. Fico sem palavras. 🙁
Foste sempre um poeta. Nunca te vi de outro modo. Disseste versos meus como só tu sabias dizer. Fiquei sem palavras. De há vários meses a esta parte que ando seco como as palhas. Hei-de regressar e escrever um poema para ti. Está prometido.
Os meus sentimentos a familia
Srntimentos à familia
Sentimentos à família
Até sempre, Albano Matos
O meu dia hoje tem sido de choro. Intenso. Tenho lido o que os meus camaradas têm escrito sobre o Albano de Matos e por cada linha passada tenho de limpar as lágrimas, os óculos, o nariz, porque a emoção assim o obriga. Leio o Eurico e não me contenho, leio o Madaíl e fico desfeito, leio a Lília e depois o Belard e a «torneira» abre-se sem controlo. E isto por quê? Porque o Albano era uma daquelas pessoas de quem «apenas» e sempre só se gosta. O Albano, para além do profissional culto e competente não tinha anticorpos. Era consensual. Toda a gente gostava do camarada de voz de trovão, sportinguista convicto e apaixonado, cultíssimo e sempre solidário. Cultor de Hemingway – lembras-te das vezes em que falávamos das largadas de San Firmin e dos feridos, pisados pelos touros e vacas, e que eram quase sempre norte-americanos? – e fascinado por Pepe Carvalho, o detective galego, personagem literária criada pelo jornalista/escritor Miguel Vasquez Montalbán.
Um dia, em 1997, Albano Matos e Vítor Sequeira Martins, conseguiram entrevistar João Vale e Azevedo, que tinha acabado de ser empossado presidente do Benfica. Durante horas repartimos funções a ouvir e inquirir o obscuro e controverso homem do momento: Albano ocupou-se da parte «política» – problemas jurídicos, polémicas com uma quinta, Antas da Cunha, etc. – e eu dos assuntos desportivos. No final resultou uma entrevista asseada, apelativa, estendida em várias páginas, tema de capa do DN de sábado, tornando-se assunto de abertura de telejornais desse fim-de-semana e de falatório de praticamente a semana toda a seguir. O DN, dirigido pelo nosso saudoso Mário Bettencout Resendes, reconheceu o valor do trabalho e honrou-nos com o prémio trimestral, no valor de 100 contos (cada) – 500 euros actuais – uma pipa de massa. Hoje fui à estante, tirei a placa da distinção atribuída a ambos e tenho passado horas a recordar o camarada que nunca mais verei, mas que estará para sempre junto a mim. Bem hajas Albano Matos; estejas onde estiveres serás sempre lembrado com saudade e carinho. Um beijo à Helena Santareno.
Até Sempre Albano Matos
sentimentoa ´`familia
Albano Matos (1955-2015): um dos últimos
Óbito. “O grande Albano.” Não são muitas as pessoas de quem se diz isto naturalmente. Elegia breve onde ele não cabe.
Como explicar o Albano a quem nunca o viu, nunca o conheceu, nunca lhe ouviu a voz inconfundível em baixo poderoso, tão grave e possante que se ouvia sempre, de qualquer lado da redação (e é comprida, a redação do DN), quando a erguia para um remoque, uma ironia, uma crítica, um enfrentamento, uma defesa (e como ele enfrentava, como ele criticava, como ele defendia). Como descrever as sobrancelhas desalinhadas de gigante bom, o cigarro sempre nos dedos no tempo em que ainda se fumava nas redações, cinza na secretária e talvez no pullover, pescoço curvado de quem passa o dia ao computador e antes o passou à máquina de escrever e desde sempre, leitor incansável e minucioso, o debruçou sobre livros. Como contar o riso e o modo de o reprimir de lábios franzidos e olhos de lado, à miúdo traquina na sala de aula, cúmplice e cáustico. Como defini-lo.
Albano Matos, 59 anos, escritor. Ou o último dos duros. É assim que a amiga desde a adolescência e militância no MRPP pré-25 de abril Ana Martins Cruz, 58 anos, também jornalista que trabalhou para o Albano editor de Cultura do DN, lhe prefigura a lápide. “O que quero dizer com “o último dos duros”? Que resistiu até ao fim. Sempre foi jornalista mesmo como editor. Foi sempre Albano Matos, escritor, writer, como dizem os americanos – é aquilo que somos. Com as adversidades todas resistiu sempre dignamente. Era uma coisa que estava dentro dele, era assim desde os 15 ou 16 anos.”
Nascido em Castelo Branco a 27 de julho de 1955, já era do reviralho ao terminar o liceu. O conterrâneo Afonso Camões, hoje diretor do JN, lembra-se dele maoista, a distribuir panfletos do MRPP e a tratar de sociais-fascistas “tudo o resto”. Ana Martins da Cruz confirma: “Era linha dura. Conheci-o em casa do João Carreira Bom [jornalista também já desaparecido], quando ele veio para Lisboa estudar Direito, em 1973. Assumiu um cargo importante no cineclube universitário, sempre gostou muito de cinema, e já escrevia.” Começara no suplemento juvenil do jornal regional Reconquista com 15 anos, colaborou depois na revista oposicionista O Tempo e o Modo e fez parte do jornal lisboeta Actualidades antes de entrar no semanário O Tempo, de Nuno Rocha (onde seria colega de um muito jovem Paulo Portas), por concurso: em 80 candidatos, um dos quais o seu irmão cinco anos mais velho e também jornalista, António Manuel Melo Matos, que não passou, foram dois os escolhidos.
Muito próximo de Saldanha Sanches, o “camarada Miguel” (nome da clandestinidade no MRPP) saiu do partido quando aquele foi expulso, naquilo que ficou conhecido como a guerra “entre a linha vermelha e a linha negra”. Ficou-lhe, acha Ana, um pouco da “linha trauliteira. Era muito frontal em quase tudo, às vezes até de mais”. Bruto, um pouco, o Albano. Aliás, bastava erguer-se, grande e alto, os olhos escuros às vezes eivados de desprezo. Mais o vozeirão. Um pouco espanhol, talvez, ele que adorava Espanha. A música, a escrita, os touros (escreveu durante anos crónicas tauromáquicas), o sangue quente. “Vivia as coisas de uma maneira muito emocional, mas contido ao mesmo tempo” – é ainda Ana a falar. E corajoso, muito. Como se deve ser: para cima, jamais ou raramente para baixo. Feliciana Ferreira, 75 anos, outra ex-jornalista do DN que o conheceu desde o início dos anos 80, quando ambos escreviam no semanário de espetáculos Êxito e que ao passar para a então revista de domingo DN Magazine, em 1986, o convidou para colaborar, sublinha isso. “Era um representante de um certo jornalismo que está a acabar, com uma cultura vastíssima, de conhecimento sólido e sedimentado, com uma prosa absolutamente notável. Mas acima de tudo um homem bom. Muito solidário, muito amigo. Corporizava o velho termo camarada, usado nos jornais. E só gritava para cima.” José David Lopes, outro ex-jornalista do DN, confirma. “Tinha um feitio difícil, era muito teimoso, de convicções. Um pouco intolerante com a ignorância, com uma certa arrogância, desculpável porque fundamentada. Entrava facilmente em conflito com o diretor da altura [Bettencourt Resendes]. Era bastante irónico, mas nunca o vi descarregar para cima de alguém qualquer erro que tivesse sido cometido pela sua secção. Dizia: “Eu é que sou o editor, a responsabilidade é minha”.” Eurico de Barros, outro ex do DN que começou por trabalhar como jornalista na secção de Cultura sob Albano, em 1992, e depois passou a editor da mesma quando ele foi para editor do Internacional, homem assumidamente de direita que frisa ter-se sempre dado bem com o esquerdista Albano (com quem partilhava o ódio de estimação por Saramago), exemplifica. “Uma redatora escreveu uma notícia demasiado opinativa sobre Santana Lopes, indefensável, mas ele, onde outros a teriam deixado à sua sorte, assumiu a responsabilidade e foi destituído. Mandaram-no fazer uma travessia do deserto no Roteiro, uma revistinha que saía à sexta.”
A “guerra boa” que, diz Ana Martins da Cruz, o jornalismo sempre foi para ele acabou em outubro, quando o contrato com o DN foi terminado no contexto de um despedimento coletivo. “À sua maneira foi um daqueles heróis da guerra de Espanha, que dava o peito às balas – viveu assim a vida.” E agora, seria o quê, a vida deste homem que oferecia T.S. Elliot nos aniversários e enquanto jornalista do Tempo, conta o ex-colega Fernando Sousa, desaparecia dias e dias para ser “encontrado em casa por um enviado do chefe de redação com uma pilha de livros lidos à direita, outra por ler à esquerda, e explicar: “Ó chefe, estava a ler, qual é o mal?””, que gostava que “os gregos tivessem sorte” e, aficionado da série dinamarquesa Borgen, se perguntava como sobreviver depois do seu fim? Ana suspira. “Tinha esperança que ele escrevesse os livros que não escreveu a vida toda. Mas o jornalismo também matou isso da escrita.”
Jornalismo, vício incurável, mortal: onde está a obra de Albano, para quem a quiser relembrar? Procurar na net e encontrar, ironia, um obituário. De um espanhol, e vermelho – “rojo” – e dos jornais, Haro Tecglen, desaparecido a 19 de outubro de 2005. Deslumbrante, exato, elegante, volteante – uma chicuelina: “E tão rojo irrecuperável ficou até ao fim que não houve velórios nem funerais nem desfile de personalidades atestando a sua integridade. Nem testemunhas no crematório, porque Haro Tecglen doou o corpo à ciência. De certa maneira, para que atuais e futuros estudantes de Medicina estudem bem a raridade do cérebro de um rojo, o último rojo de Espanha.” De certa maneira, o Albano.
MISSA DE 30 DIA
Nesta sexta-feira, dia 20 de Marco de 2015, efectua-se uma missa de 30 dia do falecimento de meu irmao, Albano de Melo Matos.
A celebracao ocorre na Igreja-Salao Paroquial das Merces (concelho de Sintra), a partir das 18 horas.
Agradece-se, desde ja, a todos quantos possam participar neste acto e/ou lembrar neste dia o ser humano bom que nos deixou tao cedo, com 59 anos de idade. Agradece-se tambem a todos os familiares e amigos que pelas diversas formas tem mostrado solidariedade e pesar pelo falecimento do Albano, em 18 de Fevereiro de 2015. Muito obrigado.
Muita força António. O Albano deixou saudades
Os meus sinceros e sentidos pesames . O ceu esta em gloria .