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Albano de Melo Matos

27 de julho de 1955 - 18 de fevereiro de 2015

Idade: 59 anos
Naturalidade: Castelo Branco
Pai: Manuel de Matos
Mãe: Esperança Bernarda de Melo
Residência: Oeiras
Celebração: 21-Fev-2015 - 10.00
Funeral: 21-Fev-2015 - 11.00
Cemitério: Oeiras

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Albano de Melo Matos

27 de julho de 1955 - 18 de fevereiro de 2015

Idade: 59 anos
Naturalidade: Castelo Branco
Pai: Manuel de Matos
Mãe: Esperança Bernarda de Melo
Residência: Oeiras
Celebração: 21-Fev-2015 - 10.00
Funeral: 21-Fev-2015 - 11.00
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30 Comments

  1. Até Sempre

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    «Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar…
    Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado.
    Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre»

  2. Adriana Rosada

    Que ha sua Alma descansa em Paz

  3. Pedro Henriques

    Paz à sua alma!

  4. Diário de Noticias

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    jornalista Albano Matos morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 59 anos. Foi jornalista do DN durante 26 anos. \”Era um jornalista com uma grande bagagem cultural e prova disso é ter trabalhado e ter escrito em secções tão diferentes como Desporto, Internacional e Artes, dando-nos sempre textos de grande qualidade\”, lembra a chefe de redação do DN, Graça Henriques.

  5. Juvelina Vieira

    paz a sua alma

  6. Helena Gregório

    Paz à sua alma

  7. Basílio de Antioquia

    gostava muito da escrita deste homem. Que descansa em paz!

  8. Ana Cristina

    Ramalhete Descanse em paz

  9. Jorge Cosme

    Os meus pesames .

  10. Abe Cardoso

    Foi com tristeza que li a noticia do falecimento do Albano. As minhas condolências a toda a familia. \”Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós…\” Um abraco apertado.

  11. Filipe Mateus Pedro

    Pelas memórias partilhadas, um abraço sentido e amigo para toda a família Matos. Ao ver a Subcave, em 1997, o Albano deu-me alento e força para seguir o meu percurso, no meio das incertezas. Sem dúvida uma inspiração, uma pessoa com uma enorme cultura e um grande profissional.

  12. Pedro Salvado

    RIP. Forte abraço a toda a Família..

  13. João Costa

    Descansa em paz

  14. Cristina Azevedo

    Descansa em paz. Condolências à familia

  15. Rui Pedro

    Parabéns pelo profissional que foste. Até um dia

  16. Antonio Melo Matos

    Vou agora, querido mano, Albano, a missa de setimo dia, na Capela das Merces. Tenho tantas saudades tuas, Albanito! Ficou tanto por dizer. Desculpa, querido mano. Um dia vamos todos reencontrar-nos, tu, a nossa mae, o nosso pai, eu, todos, toda a familua. Beijinhos, mano. Ate sempre!

  17. José de Melo

    Albano deixaste a tua marca junto dos que tiveram a felicidade de te conhecer. Descansa em paz

  18. José Freitas

    Já temos saudades tuas… Condolências à familia

  19. Isabel Risques

    Um beijo grande de condolências, António. Fico sem palavras. 🙁

  20. Manuel da Mata

    Foste sempre um poeta. Nunca te vi de outro modo. Disseste versos meus como só tu sabias dizer. Fiquei sem palavras. De há vários meses a esta parte que ando seco como as palhas. Hei-de regressar e escrever um poema para ti. Está prometido.

  21. Cristina Lemos

    Os meus sentimentos a familia

  22. Maria Da Gloria Servio

    Srntimentos à familia

  23. Ricardo Santos

    Sentimentos à família

  24. Vitor Sequeira Martins

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    Até sempre, Albano Matos

    O meu dia hoje tem sido de choro. Intenso. Tenho lido o que os meus camaradas têm escrito sobre o Albano de Matos e por cada linha passada tenho de limpar as lágrimas, os óculos, o nariz, porque a emoção assim o obriga. Leio o Eurico e não me contenho, leio o Madaíl e fico desfeito, leio a Lília e depois o Belard e a «torneira» abre-se sem controlo. E isto por quê? Porque o Albano era uma daquelas pessoas de quem «apenas» e sempre só se gosta. O Albano, para além do profissional culto e competente não tinha anticorpos. Era consensual. Toda a gente gostava do camarada de voz de trovão, sportinguista convicto e apaixonado, cultíssimo e sempre solidário. Cultor de Hemingway – lembras-te das vezes em que falávamos das largadas de San Firmin e dos feridos, pisados pelos touros e vacas, e que eram quase sempre norte-americanos? – e fascinado por Pepe Carvalho, o detective galego, personagem literária criada pelo jornalista/escritor Miguel Vasquez Montalbán.
    Um dia, em 1997, Albano Matos e Vítor Sequeira Martins, conseguiram entrevistar João Vale e Azevedo, que tinha acabado de ser empossado presidente do Benfica. Durante horas repartimos funções a ouvir e inquirir o obscuro e controverso homem do momento: Albano ocupou-se da parte «política» – problemas jurídicos, polémicas com uma quinta, Antas da Cunha, etc. – e eu dos assuntos desportivos. No final resultou uma entrevista asseada, apelativa, estendida em várias páginas, tema de capa do DN de sábado, tornando-se assunto de abertura de telejornais desse fim-de-semana e de falatório de praticamente a semana toda a seguir. O DN, dirigido pelo nosso saudoso Mário Bettencout Resendes, reconheceu o valor do trabalho e honrou-nos com o prémio trimestral, no valor de 100 contos (cada) – 500 euros actuais – uma pipa de massa. Hoje fui à estante, tirei a placa da distinção atribuída a ambos e tenho passado horas a recordar o camarada que nunca mais verei, mas que estará para sempre junto a mim. Bem hajas Albano Matos; estejas onde estiveres serás sempre lembrado com saudade e carinho. Um beijo à Helena Santareno.

  25. Ana Isabel Pena

    Até Sempre Albano Matos

  26. ceu cardoso martins

    sentimentoa ´`familia

  27. Fernanda Câncio

    blank
    Albano Matos (1955-2015): um dos últimos

    Óbito. “O grande Albano.” Não são muitas as pessoas de quem se diz isto naturalmente. Elegia breve onde ele não cabe.
    Como explicar o Albano a quem nunca o viu, nunca o conheceu, nunca lhe ouviu a voz inconfundível em baixo poderoso, tão grave e possante que se ouvia sempre, de qualquer lado da redação (e é comprida, a redação do DN), quando a erguia para um remoque, uma ironia, uma crítica, um enfrentamento, uma defesa (e como ele enfrentava, como ele criticava, como ele defendia). Como descrever as sobrancelhas desalinhadas de gigante bom, o cigarro sempre nos dedos no tempo em que ainda se fumava nas redações, cinza na secretária e talvez no pullover, pescoço curvado de quem passa o dia ao computador e antes o passou à máquina de escrever e desde sempre, leitor incansável e minucioso, o debruçou sobre livros. Como contar o riso e o modo de o reprimir de lábios franzidos e olhos de lado, à miúdo traquina na sala de aula, cúmplice e cáustico. Como defini-lo.
    Albano Matos, 59 anos, escritor. Ou o último dos duros. É assim que a amiga desde a adolescência e militância no MRPP pré-25 de abril Ana Martins Cruz, 58 anos, também jornalista que trabalhou para o Albano editor de Cultura do DN, lhe prefigura a lápide. “O que quero dizer com “o último dos duros”? Que resistiu até ao fim. Sempre foi jornalista mesmo como editor. Foi sempre Albano Matos, escritor, writer, como dizem os americanos – é aquilo que somos. Com as adversidades todas resistiu sempre dignamente. Era uma coisa que estava dentro dele, era assim desde os 15 ou 16 anos.”
    Nascido em Castelo Branco a 27 de julho de 1955, já era do reviralho ao terminar o liceu. O conterrâneo Afonso Camões, hoje diretor do JN, lembra-se dele maoista, a distribuir panfletos do MRPP e a tratar de sociais-fascistas “tudo o resto”. Ana Martins da Cruz confirma: “Era linha dura. Conheci-o em casa do João Carreira Bom [jornalista também já desaparecido], quando ele veio para Lisboa estudar Direito, em 1973. Assumiu um cargo importante no cineclube universitário, sempre gostou muito de cinema, e já escrevia.” Começara no suplemento juvenil do jornal regional Reconquista com 15 anos, colaborou depois na revista oposicionista O Tempo e o Modo e fez parte do jornal lisboeta Actualidades antes de entrar no semanário O Tempo, de Nuno Rocha (onde seria colega de um muito jovem Paulo Portas), por concurso: em 80 candidatos, um dos quais o seu irmão cinco anos mais velho e também jornalista, António Manuel Melo Matos, que não passou, foram dois os escolhidos.
    Muito próximo de Saldanha Sanches, o “camarada Miguel” (nome da clandestinidade no MRPP) saiu do partido quando aquele foi expulso, naquilo que ficou conhecido como a guerra “entre a linha vermelha e a linha negra”. Ficou-lhe, acha Ana, um pouco da “linha trauliteira. Era muito frontal em quase tudo, às vezes até de mais”. Bruto, um pouco, o Albano. Aliás, bastava erguer-se, grande e alto, os olhos escuros às vezes eivados de desprezo. Mais o vozeirão. Um pouco espanhol, talvez, ele que adorava Espanha. A música, a escrita, os touros (escreveu durante anos crónicas tauromáquicas), o sangue quente. “Vivia as coisas de uma maneira muito emocional, mas contido ao mesmo tempo” – é ainda Ana a falar. E corajoso, muito. Como se deve ser: para cima, jamais ou raramente para baixo. Feliciana Ferreira, 75 anos, outra ex-jornalista do DN que o conheceu desde o início dos anos 80, quando ambos escreviam no semanário de espetáculos Êxito e que ao passar para a então revista de domingo DN Magazine, em 1986, o convidou para colaborar, sublinha isso. “Era um representante de um certo jornalismo que está a acabar, com uma cultura vastíssima, de conhecimento sólido e sedimentado, com uma prosa absolutamente notável. Mas acima de tudo um homem bom. Muito solidário, muito amigo. Corporizava o velho termo camarada, usado nos jornais. E só gritava para cima.” José David Lopes, outro ex-jornalista do DN, confirma. “Tinha um feitio difícil, era muito teimoso, de convicções. Um pouco intolerante com a ignorância, com uma certa arrogância, desculpável porque fundamentada. Entrava facilmente em conflito com o diretor da altura [Bettencourt Resendes]. Era bastante irónico, mas nunca o vi descarregar para cima de alguém qualquer erro que tivesse sido cometido pela sua secção. Dizia: “Eu é que sou o editor, a responsabilidade é minha”.” Eurico de Barros, outro ex do DN que começou por trabalhar como jornalista na secção de Cultura sob Albano, em 1992, e depois passou a editor da mesma quando ele foi para editor do Internacional, homem assumidamente de direita que frisa ter-se sempre dado bem com o esquerdista Albano (com quem partilhava o ódio de estimação por Saramago), exemplifica. “Uma redatora escreveu uma notícia demasiado opinativa sobre Santana Lopes, indefensável, mas ele, onde outros a teriam deixado à sua sorte, assumiu a responsabilidade e foi destituído. Mandaram-no fazer uma travessia do deserto no Roteiro, uma revistinha que saía à sexta.”
    A “guerra boa” que, diz Ana Martins da Cruz, o jornalismo sempre foi para ele acabou em outubro, quando o contrato com o DN foi terminado no contexto de um despedimento coletivo. “À sua maneira foi um daqueles heróis da guerra de Espanha, que dava o peito às balas – viveu assim a vida.” E agora, seria o quê, a vida deste homem que oferecia T.S. Elliot nos aniversários e enquanto jornalista do Tempo, conta o ex-colega Fernando Sousa, desaparecia dias e dias para ser “encontrado em casa por um enviado do chefe de redação com uma pilha de livros lidos à direita, outra por ler à esquerda, e explicar: “Ó chefe, estava a ler, qual é o mal?””, que gostava que “os gregos tivessem sorte” e, aficionado da série dinamarquesa Borgen, se perguntava como sobreviver depois do seu fim? Ana suspira. “Tinha esperança que ele escrevesse os livros que não escreveu a vida toda. Mas o jornalismo também matou isso da escrita.”

    Jornalismo, vício incurável, mortal: onde está a obra de Albano, para quem a quiser relembrar? Procurar na net e encontrar, ironia, um obituário. De um espanhol, e vermelho – “rojo” – e dos jornais, Haro Tecglen, desaparecido a 19 de outubro de 2005. Deslumbrante, exato, elegante, volteante – uma chicuelina: “E tão rojo irrecuperável ficou até ao fim que não houve velórios nem funerais nem desfile de personalidades atestando a sua integridade. Nem testemunhas no crematório, porque Haro Tecglen doou o corpo à ciência. De certa maneira, para que atuais e futuros estudantes de Medicina estudem bem a raridade do cérebro de um rojo, o último rojo de Espanha.” De certa maneira, o Albano.

  28. Antonio Melo Matos

    MISSA DE 30 DIA
    Nesta sexta-feira, dia 20 de Marco de 2015, efectua-se uma missa de 30 dia do falecimento de meu irmao, Albano de Melo Matos.
    A celebracao ocorre na Igreja-Salao Paroquial das Merces (concelho de Sintra), a partir das 18 horas.
    Agradece-se, desde ja, a todos quantos possam participar neste acto e/ou lembrar neste dia o ser humano bom que nos deixou tao cedo, com 59 anos de idade. Agradece-se tambem a todos os familiares e amigos que pelas diversas formas tem mostrado solidariedade e pesar pelo falecimento do Albano, em 18 de Fevereiro de 2015. Muito obrigado.

  29. João

    Muita força António. O Albano deixou saudades

  30. Anonimo

    Os meus sinceros e sentidos pesames . O ceu esta em gloria .

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  1. Até Sempre

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    «Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar…
    Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado.
    Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre»

  2. Adriana Rosada

    Que ha sua Alma descansa em Paz

  3. Pedro Henriques

    Paz à sua alma!

  4. Diário de Noticias

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    jornalista Albano Matos morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 59 anos. Foi jornalista do DN durante 26 anos. \”Era um jornalista com uma grande bagagem cultural e prova disso é ter trabalhado e ter escrito em secções tão diferentes como Desporto, Internacional e Artes, dando-nos sempre textos de grande qualidade\”, lembra a chefe de redação do DN, Graça Henriques.

  5. Juvelina Vieira

    paz a sua alma

  6. Helena Gregório

    Paz à sua alma

  7. Basílio de Antioquia

    gostava muito da escrita deste homem. Que descansa em paz!

  8. Ana Cristina

    Ramalhete Descanse em paz

  9. Jorge Cosme

    Os meus pesames .

  10. Abe Cardoso

    Foi com tristeza que li a noticia do falecimento do Albano. As minhas condolências a toda a familia. \”Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós…\” Um abraco apertado.

  11. Filipe Mateus Pedro

    Pelas memórias partilhadas, um abraço sentido e amigo para toda a família Matos. Ao ver a Subcave, em 1997, o Albano deu-me alento e força para seguir o meu percurso, no meio das incertezas. Sem dúvida uma inspiração, uma pessoa com uma enorme cultura e um grande profissional.

  12. Pedro Salvado

    RIP. Forte abraço a toda a Família..

  13. João Costa

    Descansa em paz

  14. Cristina Azevedo

    Descansa em paz. Condolências à familia

  15. Rui Pedro

    Parabéns pelo profissional que foste. Até um dia

  16. Antonio Melo Matos

    Vou agora, querido mano, Albano, a missa de setimo dia, na Capela das Merces. Tenho tantas saudades tuas, Albanito! Ficou tanto por dizer. Desculpa, querido mano. Um dia vamos todos reencontrar-nos, tu, a nossa mae, o nosso pai, eu, todos, toda a familua. Beijinhos, mano. Ate sempre!

  17. José de Melo

    Albano deixaste a tua marca junto dos que tiveram a felicidade de te conhecer. Descansa em paz

  18. José Freitas

    Já temos saudades tuas… Condolências à familia

  19. Isabel Risques

    Um beijo grande de condolências, António. Fico sem palavras. 🙁

  20. Manuel da Mata

    Foste sempre um poeta. Nunca te vi de outro modo. Disseste versos meus como só tu sabias dizer. Fiquei sem palavras. De há vários meses a esta parte que ando seco como as palhas. Hei-de regressar e escrever um poema para ti. Está prometido.

  21. Cristina Lemos

    Os meus sentimentos a familia

  22. Maria Da Gloria Servio

    Srntimentos à familia

  23. Ricardo Santos

    Sentimentos à família

  24. Vitor Sequeira Martins

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    Até sempre, Albano Matos

    O meu dia hoje tem sido de choro. Intenso. Tenho lido o que os meus camaradas têm escrito sobre o Albano de Matos e por cada linha passada tenho de limpar as lágrimas, os óculos, o nariz, porque a emoção assim o obriga. Leio o Eurico e não me contenho, leio o Madaíl e fico desfeito, leio a Lília e depois o Belard e a «torneira» abre-se sem controlo. E isto por quê? Porque o Albano era uma daquelas pessoas de quem «apenas» e sempre só se gosta. O Albano, para além do profissional culto e competente não tinha anticorpos. Era consensual. Toda a gente gostava do camarada de voz de trovão, sportinguista convicto e apaixonado, cultíssimo e sempre solidário. Cultor de Hemingway – lembras-te das vezes em que falávamos das largadas de San Firmin e dos feridos, pisados pelos touros e vacas, e que eram quase sempre norte-americanos? – e fascinado por Pepe Carvalho, o detective galego, personagem literária criada pelo jornalista/escritor Miguel Vasquez Montalbán.
    Um dia, em 1997, Albano Matos e Vítor Sequeira Martins, conseguiram entrevistar João Vale e Azevedo, que tinha acabado de ser empossado presidente do Benfica. Durante horas repartimos funções a ouvir e inquirir o obscuro e controverso homem do momento: Albano ocupou-se da parte «política» – problemas jurídicos, polémicas com uma quinta, Antas da Cunha, etc. – e eu dos assuntos desportivos. No final resultou uma entrevista asseada, apelativa, estendida em várias páginas, tema de capa do DN de sábado, tornando-se assunto de abertura de telejornais desse fim-de-semana e de falatório de praticamente a semana toda a seguir. O DN, dirigido pelo nosso saudoso Mário Bettencout Resendes, reconheceu o valor do trabalho e honrou-nos com o prémio trimestral, no valor de 100 contos (cada) – 500 euros actuais – uma pipa de massa. Hoje fui à estante, tirei a placa da distinção atribuída a ambos e tenho passado horas a recordar o camarada que nunca mais verei, mas que estará para sempre junto a mim. Bem hajas Albano Matos; estejas onde estiveres serás sempre lembrado com saudade e carinho. Um beijo à Helena Santareno.

  25. Ana Isabel Pena

    Até Sempre Albano Matos

  26. ceu cardoso martins

    sentimentoa ´`familia

  27. Fernanda Câncio

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    Albano Matos (1955-2015): um dos últimos

    Óbito. “O grande Albano.” Não são muitas as pessoas de quem se diz isto naturalmente. Elegia breve onde ele não cabe.
    Como explicar o Albano a quem nunca o viu, nunca o conheceu, nunca lhe ouviu a voz inconfundível em baixo poderoso, tão grave e possante que se ouvia sempre, de qualquer lado da redação (e é comprida, a redação do DN), quando a erguia para um remoque, uma ironia, uma crítica, um enfrentamento, uma defesa (e como ele enfrentava, como ele criticava, como ele defendia). Como descrever as sobrancelhas desalinhadas de gigante bom, o cigarro sempre nos dedos no tempo em que ainda se fumava nas redações, cinza na secretária e talvez no pullover, pescoço curvado de quem passa o dia ao computador e antes o passou à máquina de escrever e desde sempre, leitor incansável e minucioso, o debruçou sobre livros. Como contar o riso e o modo de o reprimir de lábios franzidos e olhos de lado, à miúdo traquina na sala de aula, cúmplice e cáustico. Como defini-lo.
    Albano Matos, 59 anos, escritor. Ou o último dos duros. É assim que a amiga desde a adolescência e militância no MRPP pré-25 de abril Ana Martins Cruz, 58 anos, também jornalista que trabalhou para o Albano editor de Cultura do DN, lhe prefigura a lápide. “O que quero dizer com “o último dos duros”? Que resistiu até ao fim. Sempre foi jornalista mesmo como editor. Foi sempre Albano Matos, escritor, writer, como dizem os americanos – é aquilo que somos. Com as adversidades todas resistiu sempre dignamente. Era uma coisa que estava dentro dele, era assim desde os 15 ou 16 anos.”
    Nascido em Castelo Branco a 27 de julho de 1955, já era do reviralho ao terminar o liceu. O conterrâneo Afonso Camões, hoje diretor do JN, lembra-se dele maoista, a distribuir panfletos do MRPP e a tratar de sociais-fascistas “tudo o resto”. Ana Martins da Cruz confirma: “Era linha dura. Conheci-o em casa do João Carreira Bom [jornalista também já desaparecido], quando ele veio para Lisboa estudar Direito, em 1973. Assumiu um cargo importante no cineclube universitário, sempre gostou muito de cinema, e já escrevia.” Começara no suplemento juvenil do jornal regional Reconquista com 15 anos, colaborou depois na revista oposicionista O Tempo e o Modo e fez parte do jornal lisboeta Actualidades antes de entrar no semanário O Tempo, de Nuno Rocha (onde seria colega de um muito jovem Paulo Portas), por concurso: em 80 candidatos, um dos quais o seu irmão cinco anos mais velho e também jornalista, António Manuel Melo Matos, que não passou, foram dois os escolhidos.
    Muito próximo de Saldanha Sanches, o “camarada Miguel” (nome da clandestinidade no MRPP) saiu do partido quando aquele foi expulso, naquilo que ficou conhecido como a guerra “entre a linha vermelha e a linha negra”. Ficou-lhe, acha Ana, um pouco da “linha trauliteira. Era muito frontal em quase tudo, às vezes até de mais”. Bruto, um pouco, o Albano. Aliás, bastava erguer-se, grande e alto, os olhos escuros às vezes eivados de desprezo. Mais o vozeirão. Um pouco espanhol, talvez, ele que adorava Espanha. A música, a escrita, os touros (escreveu durante anos crónicas tauromáquicas), o sangue quente. “Vivia as coisas de uma maneira muito emocional, mas contido ao mesmo tempo” – é ainda Ana a falar. E corajoso, muito. Como se deve ser: para cima, jamais ou raramente para baixo. Feliciana Ferreira, 75 anos, outra ex-jornalista do DN que o conheceu desde o início dos anos 80, quando ambos escreviam no semanário de espetáculos Êxito e que ao passar para a então revista de domingo DN Magazine, em 1986, o convidou para colaborar, sublinha isso. “Era um representante de um certo jornalismo que está a acabar, com uma cultura vastíssima, de conhecimento sólido e sedimentado, com uma prosa absolutamente notável. Mas acima de tudo um homem bom. Muito solidário, muito amigo. Corporizava o velho termo camarada, usado nos jornais. E só gritava para cima.” José David Lopes, outro ex-jornalista do DN, confirma. “Tinha um feitio difícil, era muito teimoso, de convicções. Um pouco intolerante com a ignorância, com uma certa arrogância, desculpável porque fundamentada. Entrava facilmente em conflito com o diretor da altura [Bettencourt Resendes]. Era bastante irónico, mas nunca o vi descarregar para cima de alguém qualquer erro que tivesse sido cometido pela sua secção. Dizia: “Eu é que sou o editor, a responsabilidade é minha”.” Eurico de Barros, outro ex do DN que começou por trabalhar como jornalista na secção de Cultura sob Albano, em 1992, e depois passou a editor da mesma quando ele foi para editor do Internacional, homem assumidamente de direita que frisa ter-se sempre dado bem com o esquerdista Albano (com quem partilhava o ódio de estimação por Saramago), exemplifica. “Uma redatora escreveu uma notícia demasiado opinativa sobre Santana Lopes, indefensável, mas ele, onde outros a teriam deixado à sua sorte, assumiu a responsabilidade e foi destituído. Mandaram-no fazer uma travessia do deserto no Roteiro, uma revistinha que saía à sexta.”
    A “guerra boa” que, diz Ana Martins da Cruz, o jornalismo sempre foi para ele acabou em outubro, quando o contrato com o DN foi terminado no contexto de um despedimento coletivo. “À sua maneira foi um daqueles heróis da guerra de Espanha, que dava o peito às balas – viveu assim a vida.” E agora, seria o quê, a vida deste homem que oferecia T.S. Elliot nos aniversários e enquanto jornalista do Tempo, conta o ex-colega Fernando Sousa, desaparecia dias e dias para ser “encontrado em casa por um enviado do chefe de redação com uma pilha de livros lidos à direita, outra por ler à esquerda, e explicar: “Ó chefe, estava a ler, qual é o mal?””, que gostava que “os gregos tivessem sorte” e, aficionado da série dinamarquesa Borgen, se perguntava como sobreviver depois do seu fim? Ana suspira. “Tinha esperança que ele escrevesse os livros que não escreveu a vida toda. Mas o jornalismo também matou isso da escrita.”

    Jornalismo, vício incurável, mortal: onde está a obra de Albano, para quem a quiser relembrar? Procurar na net e encontrar, ironia, um obituário. De um espanhol, e vermelho – “rojo” – e dos jornais, Haro Tecglen, desaparecido a 19 de outubro de 2005. Deslumbrante, exato, elegante, volteante – uma chicuelina: “E tão rojo irrecuperável ficou até ao fim que não houve velórios nem funerais nem desfile de personalidades atestando a sua integridade. Nem testemunhas no crematório, porque Haro Tecglen doou o corpo à ciência. De certa maneira, para que atuais e futuros estudantes de Medicina estudem bem a raridade do cérebro de um rojo, o último rojo de Espanha.” De certa maneira, o Albano.

  28. Antonio Melo Matos

    MISSA DE 30 DIA
    Nesta sexta-feira, dia 20 de Marco de 2015, efectua-se uma missa de 30 dia do falecimento de meu irmao, Albano de Melo Matos.
    A celebracao ocorre na Igreja-Salao Paroquial das Merces (concelho de Sintra), a partir das 18 horas.
    Agradece-se, desde ja, a todos quantos possam participar neste acto e/ou lembrar neste dia o ser humano bom que nos deixou tao cedo, com 59 anos de idade. Agradece-se tambem a todos os familiares e amigos que pelas diversas formas tem mostrado solidariedade e pesar pelo falecimento do Albano, em 18 de Fevereiro de 2015. Muito obrigado.

  29. João

    Muita força António. O Albano deixou saudades

  30. Anonimo

    Os meus sinceros e sentidos pesames . O ceu esta em gloria .

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  1. Até Sempre

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    «Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar…
    Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim aprender a amar o que nos foi dado.
    Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre»

  2. Adriana Rosada

    Que ha sua Alma descansa em Paz

  3. Pedro Henriques

    Paz à sua alma!

  4. Diário de Noticias

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    jornalista Albano Matos morreu esta quarta-feira, em Lisboa, aos 59 anos. Foi jornalista do DN durante 26 anos. \”Era um jornalista com uma grande bagagem cultural e prova disso é ter trabalhado e ter escrito em secções tão diferentes como Desporto, Internacional e Artes, dando-nos sempre textos de grande qualidade\”, lembra a chefe de redação do DN, Graça Henriques.

  5. Juvelina Vieira

    paz a sua alma

  6. Helena Gregório

    Paz à sua alma

  7. Basílio de Antioquia

    gostava muito da escrita deste homem. Que descansa em paz!

  8. Ana Cristina

    Ramalhete Descanse em paz

  9. Jorge Cosme

    Os meus pesames .

  10. Abe Cardoso

    Foi com tristeza que li a noticia do falecimento do Albano. As minhas condolências a toda a familia. \”Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós…\” Um abraco apertado.

  11. Filipe Mateus Pedro

    Pelas memórias partilhadas, um abraço sentido e amigo para toda a família Matos. Ao ver a Subcave, em 1997, o Albano deu-me alento e força para seguir o meu percurso, no meio das incertezas. Sem dúvida uma inspiração, uma pessoa com uma enorme cultura e um grande profissional.

  12. Pedro Salvado

    RIP. Forte abraço a toda a Família..

  13. João Costa

    Descansa em paz

  14. Cristina Azevedo

    Descansa em paz. Condolências à familia

  15. Rui Pedro

    Parabéns pelo profissional que foste. Até um dia

  16. Antonio Melo Matos

    Vou agora, querido mano, Albano, a missa de setimo dia, na Capela das Merces. Tenho tantas saudades tuas, Albanito! Ficou tanto por dizer. Desculpa, querido mano. Um dia vamos todos reencontrar-nos, tu, a nossa mae, o nosso pai, eu, todos, toda a familua. Beijinhos, mano. Ate sempre!

  17. José de Melo

    Albano deixaste a tua marca junto dos que tiveram a felicidade de te conhecer. Descansa em paz

  18. José Freitas

    Já temos saudades tuas… Condolências à familia

  19. Isabel Risques

    Um beijo grande de condolências, António. Fico sem palavras. 🙁

  20. Manuel da Mata

    Foste sempre um poeta. Nunca te vi de outro modo. Disseste versos meus como só tu sabias dizer. Fiquei sem palavras. De há vários meses a esta parte que ando seco como as palhas. Hei-de regressar e escrever um poema para ti. Está prometido.

  21. Cristina Lemos

    Os meus sentimentos a familia

  22. Maria Da Gloria Servio

    Srntimentos à familia

  23. Ricardo Santos

    Sentimentos à família

  24. Vitor Sequeira Martins

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    Até sempre, Albano Matos

    O meu dia hoje tem sido de choro. Intenso. Tenho lido o que os meus camaradas têm escrito sobre o Albano de Matos e por cada linha passada tenho de limpar as lágrimas, os óculos, o nariz, porque a emoção assim o obriga. Leio o Eurico e não me contenho, leio o Madaíl e fico desfeito, leio a Lília e depois o Belard e a «torneira» abre-se sem controlo. E isto por quê? Porque o Albano era uma daquelas pessoas de quem «apenas» e sempre só se gosta. O Albano, para além do profissional culto e competente não tinha anticorpos. Era consensual. Toda a gente gostava do camarada de voz de trovão, sportinguista convicto e apaixonado, cultíssimo e sempre solidário. Cultor de Hemingway – lembras-te das vezes em que falávamos das largadas de San Firmin e dos feridos, pisados pelos touros e vacas, e que eram quase sempre norte-americanos? – e fascinado por Pepe Carvalho, o detective galego, personagem literária criada pelo jornalista/escritor Miguel Vasquez Montalbán.
    Um dia, em 1997, Albano Matos e Vítor Sequeira Martins, conseguiram entrevistar João Vale e Azevedo, que tinha acabado de ser empossado presidente do Benfica. Durante horas repartimos funções a ouvir e inquirir o obscuro e controverso homem do momento: Albano ocupou-se da parte «política» – problemas jurídicos, polémicas com uma quinta, Antas da Cunha, etc. – e eu dos assuntos desportivos. No final resultou uma entrevista asseada, apelativa, estendida em várias páginas, tema de capa do DN de sábado, tornando-se assunto de abertura de telejornais desse fim-de-semana e de falatório de praticamente a semana toda a seguir. O DN, dirigido pelo nosso saudoso Mário Bettencout Resendes, reconheceu o valor do trabalho e honrou-nos com o prémio trimestral, no valor de 100 contos (cada) – 500 euros actuais – uma pipa de massa. Hoje fui à estante, tirei a placa da distinção atribuída a ambos e tenho passado horas a recordar o camarada que nunca mais verei, mas que estará para sempre junto a mim. Bem hajas Albano Matos; estejas onde estiveres serás sempre lembrado com saudade e carinho. Um beijo à Helena Santareno.

  25. Ana Isabel Pena

    Até Sempre Albano Matos

  26. ceu cardoso martins

    sentimentoa ´`familia

  27. Fernanda Câncio

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    Albano Matos (1955-2015): um dos últimos

    Óbito. “O grande Albano.” Não são muitas as pessoas de quem se diz isto naturalmente. Elegia breve onde ele não cabe.
    Como explicar o Albano a quem nunca o viu, nunca o conheceu, nunca lhe ouviu a voz inconfundível em baixo poderoso, tão grave e possante que se ouvia sempre, de qualquer lado da redação (e é comprida, a redação do DN), quando a erguia para um remoque, uma ironia, uma crítica, um enfrentamento, uma defesa (e como ele enfrentava, como ele criticava, como ele defendia). Como descrever as sobrancelhas desalinhadas de gigante bom, o cigarro sempre nos dedos no tempo em que ainda se fumava nas redações, cinza na secretária e talvez no pullover, pescoço curvado de quem passa o dia ao computador e antes o passou à máquina de escrever e desde sempre, leitor incansável e minucioso, o debruçou sobre livros. Como contar o riso e o modo de o reprimir de lábios franzidos e olhos de lado, à miúdo traquina na sala de aula, cúmplice e cáustico. Como defini-lo.
    Albano Matos, 59 anos, escritor. Ou o último dos duros. É assim que a amiga desde a adolescência e militância no MRPP pré-25 de abril Ana Martins Cruz, 58 anos, também jornalista que trabalhou para o Albano editor de Cultura do DN, lhe prefigura a lápide. “O que quero dizer com “o último dos duros”? Que resistiu até ao fim. Sempre foi jornalista mesmo como editor. Foi sempre Albano Matos, escritor, writer, como dizem os americanos – é aquilo que somos. Com as adversidades todas resistiu sempre dignamente. Era uma coisa que estava dentro dele, era assim desde os 15 ou 16 anos.”
    Nascido em Castelo Branco a 27 de julho de 1955, já era do reviralho ao terminar o liceu. O conterrâneo Afonso Camões, hoje diretor do JN, lembra-se dele maoista, a distribuir panfletos do MRPP e a tratar de sociais-fascistas “tudo o resto”. Ana Martins da Cruz confirma: “Era linha dura. Conheci-o em casa do João Carreira Bom [jornalista também já desaparecido], quando ele veio para Lisboa estudar Direito, em 1973. Assumiu um cargo importante no cineclube universitário, sempre gostou muito de cinema, e já escrevia.” Começara no suplemento juvenil do jornal regional Reconquista com 15 anos, colaborou depois na revista oposicionista O Tempo e o Modo e fez parte do jornal lisboeta Actualidades antes de entrar no semanário O Tempo, de Nuno Rocha (onde seria colega de um muito jovem Paulo Portas), por concurso: em 80 candidatos, um dos quais o seu irmão cinco anos mais velho e também jornalista, António Manuel Melo Matos, que não passou, foram dois os escolhidos.
    Muito próximo de Saldanha Sanches, o “camarada Miguel” (nome da clandestinidade no MRPP) saiu do partido quando aquele foi expulso, naquilo que ficou conhecido como a guerra “entre a linha vermelha e a linha negra”. Ficou-lhe, acha Ana, um pouco da “linha trauliteira. Era muito frontal em quase tudo, às vezes até de mais”. Bruto, um pouco, o Albano. Aliás, bastava erguer-se, grande e alto, os olhos escuros às vezes eivados de desprezo. Mais o vozeirão. Um pouco espanhol, talvez, ele que adorava Espanha. A música, a escrita, os touros (escreveu durante anos crónicas tauromáquicas), o sangue quente. “Vivia as coisas de uma maneira muito emocional, mas contido ao mesmo tempo” – é ainda Ana a falar. E corajoso, muito. Como se deve ser: para cima, jamais ou raramente para baixo. Feliciana Ferreira, 75 anos, outra ex-jornalista do DN que o conheceu desde o início dos anos 80, quando ambos escreviam no semanário de espetáculos Êxito e que ao passar para a então revista de domingo DN Magazine, em 1986, o convidou para colaborar, sublinha isso. “Era um representante de um certo jornalismo que está a acabar, com uma cultura vastíssima, de conhecimento sólido e sedimentado, com uma prosa absolutamente notável. Mas acima de tudo um homem bom. Muito solidário, muito amigo. Corporizava o velho termo camarada, usado nos jornais. E só gritava para cima.” José David Lopes, outro ex-jornalista do DN, confirma. “Tinha um feitio difícil, era muito teimoso, de convicções. Um pouco intolerante com a ignorância, com uma certa arrogância, desculpável porque fundamentada. Entrava facilmente em conflito com o diretor da altura [Bettencourt Resendes]. Era bastante irónico, mas nunca o vi descarregar para cima de alguém qualquer erro que tivesse sido cometido pela sua secção. Dizia: “Eu é que sou o editor, a responsabilidade é minha”.” Eurico de Barros, outro ex do DN que começou por trabalhar como jornalista na secção de Cultura sob Albano, em 1992, e depois passou a editor da mesma quando ele foi para editor do Internacional, homem assumidamente de direita que frisa ter-se sempre dado bem com o esquerdista Albano (com quem partilhava o ódio de estimação por Saramago), exemplifica. “Uma redatora escreveu uma notícia demasiado opinativa sobre Santana Lopes, indefensável, mas ele, onde outros a teriam deixado à sua sorte, assumiu a responsabilidade e foi destituído. Mandaram-no fazer uma travessia do deserto no Roteiro, uma revistinha que saía à sexta.”
    A “guerra boa” que, diz Ana Martins da Cruz, o jornalismo sempre foi para ele acabou em outubro, quando o contrato com o DN foi terminado no contexto de um despedimento coletivo. “À sua maneira foi um daqueles heróis da guerra de Espanha, que dava o peito às balas – viveu assim a vida.” E agora, seria o quê, a vida deste homem que oferecia T.S. Elliot nos aniversários e enquanto jornalista do Tempo, conta o ex-colega Fernando Sousa, desaparecia dias e dias para ser “encontrado em casa por um enviado do chefe de redação com uma pilha de livros lidos à direita, outra por ler à esquerda, e explicar: “Ó chefe, estava a ler, qual é o mal?””, que gostava que “os gregos tivessem sorte” e, aficionado da série dinamarquesa Borgen, se perguntava como sobreviver depois do seu fim? Ana suspira. “Tinha esperança que ele escrevesse os livros que não escreveu a vida toda. Mas o jornalismo também matou isso da escrita.”

    Jornalismo, vício incurável, mortal: onde está a obra de Albano, para quem a quiser relembrar? Procurar na net e encontrar, ironia, um obituário. De um espanhol, e vermelho – “rojo” – e dos jornais, Haro Tecglen, desaparecido a 19 de outubro de 2005. Deslumbrante, exato, elegante, volteante – uma chicuelina: “E tão rojo irrecuperável ficou até ao fim que não houve velórios nem funerais nem desfile de personalidades atestando a sua integridade. Nem testemunhas no crematório, porque Haro Tecglen doou o corpo à ciência. De certa maneira, para que atuais e futuros estudantes de Medicina estudem bem a raridade do cérebro de um rojo, o último rojo de Espanha.” De certa maneira, o Albano.

  28. Antonio Melo Matos

    MISSA DE 30 DIA
    Nesta sexta-feira, dia 20 de Marco de 2015, efectua-se uma missa de 30 dia do falecimento de meu irmao, Albano de Melo Matos.
    A celebracao ocorre na Igreja-Salao Paroquial das Merces (concelho de Sintra), a partir das 18 horas.
    Agradece-se, desde ja, a todos quantos possam participar neste acto e/ou lembrar neste dia o ser humano bom que nos deixou tao cedo, com 59 anos de idade. Agradece-se tambem a todos os familiares e amigos que pelas diversas formas tem mostrado solidariedade e pesar pelo falecimento do Albano, em 18 de Fevereiro de 2015. Muito obrigado.

  29. João

    Muita força António. O Albano deixou saudades

  30. Anonimo

    Os meus sinceros e sentidos pesames . O ceu esta em gloria .

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